Não reduzindo a marcha ou usando a ré... Só pisando fundo, evitando olhar pelo retrovisor e acelerando, como numa fuga desatinada. Vou, na certeza que não quero voltar mais e levando a incerteza de como seria se durasse outro amanhecer. Sigo, apesar das ausências de mapas, excessos de bagagens pesadas. Avanço, não parando pra descanso, só em direção das estradas do meu acolhedor lar. Antes que eu perca mais, resumo e repito: Sei que uma parte minha ficará, não voltará. Mas abandono o cheiro, o tato, o pensar vazio, o querer perdido... E troco por promessas que estão na sala de espera há alguns anos. Troco por compromissos com hora marcada. Troco por uma cama desarrumada. Troco por palavras pensadas, antes de ditas. Troco por silêncios ao invés de asneiras. Troco por colheitas. Troco por um dia que me aguarda. Troco por ações. Troco por passos, pessoas com sorrisos alargados, sede de viver, pelo o agora e uma por uma próxima história, com diversos roteiros. Eu troco. Tudo há de ser renovado, há de ser... E essa velocidade me interessa muito.
Ana Morais
5 comentários:
morremos um pouco a cada dia... optar pela mudança é renascer num velho corpo.
bjsmeus
Ficamos um pouco mais na lembrança, mas prosseguimos sempre nas negociações e trocas.
esse ficou bem elaborado!!
adorei a mudança que vi ;))
bjs e ótimo feriado, escritora favorita
É sempre bom mudar. E melhor ainda se permitir mudar. Belíssimo texto.
Renata disse:
Lindo!
Talvez o que vc abandonou e trocou,seja um indício de que não sentirá falta dessa parte que ficou.
:) Bjo!
Postar um comentário