Dou pausa na mudez
sabe lá, o que me incomoda
a ausência de palavra mórbida
acomodada
num azulejo qualquer
do chão frígido
engano as rotas das
águas do ralo que esgota
navego calada
sem rumo nem açoite
só com o temor
do demônio que me afronta
a meia-noite
tolerar a língua seca
é ficar muda
observando o pote
ou morrer de sede
mirando um bote
procuro meu guia
feito cão sardento
ando na sequidão
sem alento
sem alento
(em plena solidão)
(Ana Morais)
14 comentários:
é falar sem dizer nada, é querer dizer e não encontrar um porquê, é ter sede e não conseguir beber.
adorei!
lindo, lindo.... perfeição para os olhos!!!
posso usar ele?
bjs poetisa
Que perfeição. É tudo o que consigo dizer.
''navego calada
sem rumo nem açoite
só com o temor
do demônio que afronta
de frente a noite''
Beijos, poetisa. Teus posts são encantadores, sempre que puder estarei aqui para conferí-los.
Talvez no silêncio e solidão, não precise existir espera.
Ana, minha querida Ana!
Sinto um forte encantamento pela sensibilidade e intensidade dos sentimentos que você traduz. Tolerar a língua seca é ficar muda, mas você jamais morrerá de sede porque tens nas palavras o alento que procuras.
Beijos, querida!
Ana,
adorei seu poema, lindo,lindo,lindo.
beijos
Ana,
adorei seu poema, lindo,lindo,lindo.
beijos
PERFEIIIIIIIIIIIIIIITOO!!!
bjs
NANDA
Dessas solidões que não há escape!
*bjO!
Simplesmente perfeito!!!
Parabéns!
Conte com o fraterno abraço de um poeta para aquecê-la a alma. Nutra-se de esperança com um beijo cálido... não se cale... isso é tarefa da amplidão.
Um poema que exprime o sentimento angustiante da solidão de forma muito contundente. Gostei muito, Ana!
beijo
Quanta intensidade!
Vagando nessas tantas ruas virtuais, encontrei tua porta de amante das Letras aberta - e entrei. Devo anunciar-me como um desses que diz "Oi, de casa! Trago aqui em minhas mãos a chave para dias melhores: escrevo e vendo livros!". Assim, venho te convidar para visitar o meu blog e conhecer as sinopses de meus romances, a forma de adquiri-los e, posteriormente, discuti-los. Três deles estão disponíveis inclusive para serem baixados “de grátis”, em formato PDF.
Um grande abraço literário,
João Bosco Maia
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