quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobrevivo.

A sede daquilo que não se tem, é uma tortura em sequência angustiante e demorada.
O que seria? Não consigo definir.
Invento, tento recriar meus mundos, meus prazeres, acolho sonhos, depois jogo todos na lixeira, imagino, conserto, ando pelas ruas com pensamentos “estranhos”, cabeça cheia e a vida tentando apressar mais ainda os meus passos, meus pés cansados.
Parece que virei um fruto do presente preguiçoso, do ócio, dos dias.
Um complemento inteiro, pela metade. Olho para as folhas, sinto o vento, almejo aquela ponte, preciso me banhar em um rio mais límpido. Respiro o cheiro do mar. Ah, como me vejo simples agora. Pela manhã entrego o meu instinto a aurora e esqueço as escolhas. Dessa maneira me pareço perfeita, sou composta do que fere, de mãos, corpos, do que aquece e une. Sobrevivendo.

Ana Morais

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