sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

nas batidas do eterno;

A vida me apavora e eu com essa fragilidade por dentro não me reconheço na brisa de um olhar poético.
Tenho receio dessa inquietude.
Ela chega intensamente e sai pairando por aí.
Cada dia acredito mais naquilo que se torna embutido, é tão sútil e invisível aos olhos, que só se sente com o coração, nas batidas do eterno.

Ana Morais

ponto.

O som da porta que está se fechando,
As horas vazias,
A urgência de um recomeço,
Um barco que navega com rapidez,
Me entrego a qualquer bobagem que
me impeça de voltar.
Sinceramente, fico tentando nem ver,
que permaneça ao acaso...
Transfiro meus desencontros para um lugar que não quero ir.
O toque e tudo aquilo que me dilacerava vá pro “nunca mais”.



Ana Morais

reluta.

É a demora,
É um sorriso que salva um dia e acaba com outro,
É o cheiro da pele que fixa na minha,
É um sentimento que reluta,
É um caminho que distorce as minhas estradas,
É uma canção que toca aos meus ouvidos, silenciosamente.

Ana Morais

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ventania das fugas.

- “Onde está o caminho de volta pra casa?”
Enquanto o verbo recomeçar não chegar, meu querer irá soprar pelas ventanias das fugas, mesmas chances, saídas trancadas, ciladas, procuras sem um norte...
Entro no deslumbramento das palavras repetidas e ficam espaços de páginas em rascunhos querendo ser poesia.

Ana Morais

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

repetição.

Dessa vez a saudade se esconde na minha retina, bagunçando essa repetição.
Antes de encontrar a saída, sinto a falta.
O arrepio vem quando ele toca minhas costas.
Abro brechas e tento ir adiante, em passos lentos, desocupo e culpo a "felicidade" pela sua lentidão.
Me sinto calma quando vejo poemas se formando, mesmo vigiando os meus pensamentos.
Quero melhorar na estrada do esquecimento, me preservar e matar o que me apavora.
Sigo nesse sentimento de todos os dias. Agora tão pouco sei, nem muito tenho.
Mas alguns sabem que se ainda estou nesse barco sem rumo, é porque perco a bússola volta e meia e acabo  achando-a apenas no teu olhar.

Ana Morais

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

teu querer me querendo.


Amansa minha agonia, joga fora esses caminhos tortuosos.
Desperta as surpresas, requenta meu corpo com o seu.
Coloca pra dormir minhas dores.
Não quero ficar assistindo essa vontade se perder nas demoras, nas esperas das suas horas. Nunca me prendi tanto ao tempo como agora.
Não se afasta dos meus olhos. Fica.
Meu desejo é o teu querer me querendo.

Ana Morais

espaçosa vontade.

Sem mais expectativas, tenho improvisados dias.
Procurando esquecer a falta de contentamento com os meios termos, versos incompletos.
Deixei as buscas. Só sei que quero o concreto.
A espera desistiu dessa espaçosa vontade de estar próximo, de chegadas esperançosas.

Ana Morais

domingo, 16 de janeiro de 2011

mãos.

Prefiro às vezes ter uma intenção ligeira.
Quem sabe dessa maneira deixo me levar por essas asas leves.
Me protejo de noites vazias e retenho o meu “querer mais”.
Precisava tanto de mim, sentir mais nós.
Apenas acordar entre as suas mãos, ao seu redor.

Ana Morais

cenas.


Lágrimas de uma despedida.
Imagens e cenas reinventadas,
enquanto espero o que não lembro.
Me tenho pronta, mas não convencida que minha alegria não te pertence,
que o meu corpo não vai te sentir mais.

Ana Morais.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

assombra e sobra.

Mais uma vez escrevendo pra salvar meu dia e o contentamento minúsculo.
Falo e repito sobre a solidão que assombra e sobra entre essas paredes.
Só há partes que me deixam sempre a lembrar algumas datas, marés, coisas que não voltam mais. Mas preciso ver as que me esperam lá fora e as outras empilhadas.
Adiante, por não querer voltar para o ponto que pareço com aquela menina sem saídas.
Amanhã irei abrir os olhos pra uma novo dia de sol. Calo nesse minuto e faço do silêncio o mais bonito companheiro.
Receio o que faz doer, a saudade do teu gosto, o esconderijos que me prendeu, essa falta que me fez voltar, voltar...
Só necessito guardar um pouco das minhas memórias que transbordam fora e dentro de mim. Os caminhos estão mudados, em cada passo dado se distancia. Os sorrisos virão. E eu vou esquecer esse tempo que um dia fez eu sentir sua presença.

Ana Morais

domingo, 9 de janeiro de 2011

endereço.


 
Fico perdida diante de todos os "sins" que tentei e não roubei de mim pra te dar.
Toco meu rosto e as mãos se afogam, provo esse sabor salgado e
sinto sua ausência que resolveu doer mais. Logo hoje, depois que eu "acho" uma saída pra esquecer a qualquer preço o seu endereço...
Prefiro acreditar que um dia a sua demora vai acabar em minha porta, isso me ajuda a te deixar cair no esquecimento. Não quero doer, nem revirar essa bagunça que não consigo encarar.

Ana Morais

sábado, 8 de janeiro de 2011

(a)pago.

Você vai escapando pelos meus dedos.
Só que nada, nada se apaga e eu pago por essas horas que lembro da tua voz, dessa felicidade que só acena e não se aproxima.
É ruim, sempre ir, perder. Deixa um amargo que não sai mais da boca.

Ana Morais