gotas de chuva, pele nua, cama vazia de ti
acordei pesada não sei de qual cansaço,
ando pelo quarto frio e me aqueço com o pensar,
cabe imaginar detalhadamente o teu simples ato
de pousar tua cabeça no meu peito
ando por tantas ruas em descompasso
buscando escadas pra alcançar as alturas,
uma fase da lua, me distrair com o brilho
“branco-amarelo” intenso, quem sabe
ou talvez arranhar o céu com as unhas afiadas
ando dobrando as esquinas, sem me topar
com aqueles encontros “desesperados” de cobiça
ando somando desejos que almejo
dançando nessa solidão ausente de face e laço.
ando falando sobre línguas que desconheço,
segredos, medos, verbos, águas que correm,
loucuras, existência sem nome e apresentação.
ando largada dentro da roupa da poesia
infinita, perdida nesse corpo, no olhar
da pupila dilatada, que esconde
a cor verde e mal repara a esperança
por trás dos raios "efeito camaleão"
entre as cortinas da janela aberta
a palavra já quer escapar, virar vento
antes que eu consiga terminar,
elaborar, tocar. Lá se vai ela, flutuando feito pluma
então, volto a ANDAR, andar, andar...