É, me carrego, mesmo sem caber no bastante e só por um instante me deixo longe de alguns encontros partidos, vestida com vazios que não fazem somas pelos caminhos, eu escorro nas águas de um mar, nas curvas sem salvação dessa cidade, numa felicidade fria que não despenca do céu, com ciclos que não se completam e um peito dolorido que chora a cada anoitecer... A saudade grita pelos cantos de mim, querendo contar a todo mundo o desespero que é viver trancada com o barulho de um adeus que não se foi.
(Ana Morais)