domingo, 10 de julho de 2011

não eram...


Ele; chega com uma prosa áspera
Ela; recua ao que não agrada
Ele; fuma um cigarro nervoso
Ela: se tranca nas mágoas velhas
Ele: vai embora
Ela; fica presa aos gritos  
Ele: no dia seguinte volta pro jogo cínico
Ela; não aceita a próxima rodada
Ele; percebe o que se desenhou durante a cada vírgula
Ela; não consegue sorrir pro perdão
Ele; se torna lágrima
Ela: vítima da frieza profunda
Ele: mais uma vez sozinho
Ela: alagada num poço dele
Ele: some
Ela: seca
Ele: peito vazio
Ela: tanto faz
Eles: não eram... nem foram.

Ana Morais

2 comentários:

Yasmin D. disse...

o desfecho super legal, enredo, tudo completo e bonito,como sempre!!

Erica Gaião disse...

Ana,

Eles foram, em algum tempo, algum espaço, eles foram, embora, agora, eles não sejam mais. É que a direção dos sentimentos, às vezes, muda, mas o que foi, existe de alguma forma: No passado, tempo que não volta.

Adorei essa construção!

Beijos, minha poetisa