domingo, 17 de julho de 2011

oco;


Oblíqua é essa
alma
pendente a
cicatrizes

que se ramificam
a uma dor antiga
a ações
articulações
ardidas,
e ela dói
dói
mais em um dia frio
debaixo de um guarda-chuva
onde o rasgo da mente
mente e
engana a gente
faz conta com o tempo
e tudo diminui
subtrai  
em cada enrolar das calçadas...
E embaixo do céu
coberto
de turvas nuvens
que persistem
em serem cinzas
tudo em mim
parece
oco.


(Ana Morais)

15 comentários:

Luna Sanchez disse...

Quando a pele já não dá conta de abrigar aquilo que nos tornamos.

Dor doída, sim, Ana.

Um beijo.

Poeta da Colina disse...

Para preencher uma alma é preciso uma vida.

Erica Gaião disse...

Às vezes, existir dói. Mas o que seria do poeta sem as dores do mundo? Para traduzir os sentimentos é necessário vivenciá-los integralmente... E desfazer nós apertados, pode até machucar os dedos, mas não lhe impede de tocar a vida para sentir a sua textura.

Que o vento sopre paz e o amor lhe conforte, como deve ser...

Beijos, querida poetisa

vanessa carvalho disse...

É tão ruim quando esse vazio (oco) vem e some com as palavras.

Descrevendo assim o vazio ele até parece bonito.

Sândrio cândido. disse...

Gostei muito dos últimos posts
beijos ana

Yasmin D. disse...

quero um livro, poetisa!!

Leo disse...

Mas tudo que é oco pode ser preenchido, por isso trago cores nas mãos, vamos pintar as paredes?

Muito bons teus poemas, autenticos, diferentes do que estamos acostumados a ver por aí. :)

Beijoss..

manuela barroso disse...

...mas quem tem uma sensibilidade assim o oco, é só aparente!
bj

Janaína de Souza Roberto disse...

E assim são os nossos dias: vezes ocos, vezes transbordando.

NANDA disse...

vc eh muito intensa e talentosa, menina ana!!
só está no começo da sua vida de escriora e já é muito brilhante!!

Mero Esmero disse...

Lembre-se que mesmo em estado de 'oquidão' instrumentos músicais geram lindos sons e assim também pode ser com os seres humanos nesse estado... podem gerar lindos sentimentos para serem germinados em suas ' paredes'.

Beijo Terno e Fraterno Abraço

Nielson Alves disse...

lindo e profundo!
saudades

Ti Ferreira disse...

ahh as cicatrizes que vezenquando ainda insistem em doer ..

boa semana querida

Menina no Sotão disse...

Quando o vazio me alcança, eu fico num canto ouvindo músicas e pensando em Campos como se o indagasse sobre a existência de seus versos. Que viagem. rs

bacio

vanessa cony disse...

Ana,por vezes encontramos desertos no caminho...
Mas temos o tempo do oásis,onde tudo refresca e preenche a sede de vida.
Fique tranquila...
Beijo no teu coração.