domingo, 25 de julho de 2010

girassóis na cama.

Se vier comigo, deite ao meu lado, dentro de mim e não me venha gesticular ilusões, decepções que ficaram adormecidas. Pega na minha mão, faça um pacto enquanto vejo seu machucado ou enquanto eu elogio seus olhos, sua boca.
Não me deixe sozinha, não me faça esperar mais tempo. Ocupa esses espaços com abraços de saudades, beijos longos, de amor, de prazer, afasta tudo do lugar, muda, se possível, pinte com uma nova cor, retira os moveis, não queira ver tudo desbotar, desaparecer. Eu te admiro ainda e você exige algo melhor?
Prepara a mesa com boa comida e vinho, não precisa arrumar nada, só quero muitas músicas pra poder viajar nos pedaços do seu corpo, girassóis na cama, fragmentos de delicadeza sempre me emocionam. - Exagerei no romantismo?
Depois de tudo isso, não me alerta com relação a horarios, quero ficar alí bem quieta por algumas longas horas, esquecendo das provas, bilhetes na porta ou qualquer coisa que me arraste daquele lugar que imagino todas as noites. Essas turbulências me fazem pensar, mudar e querer cada dia mais, não com uma vaga certeza, não mais, mas com uma plenitude. Me ligue pra dizer qualquer coisa ou só pra ficar ouvindo a minha respiração. Chegue ou me deixe esperando até dormir de tanto imaginar a cena do teu último sorriso. Quero sempre o seu melhor, tenho sede dele, e ás vezes isso se torna até insuficiente pra mim, te quero por completo. Venha com todos os seus defeitos, erros que eu ainda consiga perdoar. Seja essência, é o que preciso. Preencha todo o meu tempo, acumule meus sonhos com os seus, empacote nossos planos, embrulhe e dê-me de presente suas vontades, carregue minha dor, meu silêncio - sozinho, como eu.

Ana Morais.

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