quinta-feira, 2 de setembro de 2010

desamor:

Com a sua presença ficamos feios, desacreditados, cheios de dúvidas quanto a felicidade, sofremos pelo deitar solitário e pelo acordar de uma noite cortando cebolas, com um medo constante, um sentimento de fraqueza e com a morte da crença em nós mesmos.
Chegamos em casa, depois de um dia farto, sem ter quem abraçar, sem ter com quem conversar dos problemas econômicos do país ou até mesmo do desenho que passa na TV. Entramos pela porta dos fundos, com apenas o silêncio de um cantinho sem sabor, onde não moram licenças, não existem tapetes para não sujar o chão limpo, nem músicas que nos arranque saudações positivas naquela hora.
Sofremos com o abismo que é parar de sonhar com isso, receamos não entender esse lado vertical, mas continuamos nossa caminhada importuna.
“Desistir” de tudo que imaginamos quase todos os dias é uma das piores dores. Mas do que vale apenas um remando?
O que não se permite dançar divina dádiva não aprenderá os passos nem tão cedo.
Não falei de cirandas, e sim de dança a dois, repito: a dois.


Ana Morais

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