sexta-feira, 11 de março de 2011

artifícios;



Não me apresso, só atravesso a ponte, sem ressuscitar as partidas. Vivo do que cabe no caminhar, do ajustável ao meu rumo.
Estico esse fogo genuíno, aqueço as mãos com um pouco de coragem e termino adormecendo com os vestígios da luz acesa, sua face retratada sobre a cama se desfaz entre os formatos perfeitos das promessas não corrompidas, o irrevogável gemido rouba da boca a línguagem de outro começo. Dia após dia o coração cheio de marcas vai sendo moldado por notas compostas daquilo que chega. Aos poucos sinto-me que habito no eterno e essas ondas revelam que sou fortaleza,  as doses de tempestades torna-me mais peculiar nos artifícios da vida, permanentemente arte. 


Ana Morais

  

4 comentários:

Celso Mendes disse...

Muito bonito este texto. E é isso, o tempo e as tempestades adestram a alma. As marcas permanecem, mas a gente prossegue. Após cada tempestade, volta o sol e continuamos.

Beijo.

Poeta da Colina disse...

Aos poucos a gente molda algo que possa parecer real.

iasmin999 disse...

é sempre um prazer e aprendizado vir aqui!!
maravilhosa escritora vc é!!

Anônimo disse...

texto magnifico, vc eh uma pessoa cheia de sentimentos bonitos!!!! :D