domingo, 10 de abril de 2011

água com sal;


Me olho no espelho, até os pensamentos se transformarem em palavras, então solto:
- sei que erro feio, te maltrato, te arranco a carne,  bebo o teu sangue, por não saber muito sobre  o que vivo, te arrebento. Deixo  sobras  do nada, pra você juntar, todos os pedaços, que são meus também. Peço calma as tuas horas, mesmo faltando tempo pra te ver melhor, pra te dar conselhos, sejam eles, bons ou ruins. Exijo, fico regrando, cobrando, descontando no teu reflexo o que no fundo, é passado, o que eu passei, mas não sei conviver. Há por dentro, algo borbulhando, por mais que eu desvie dos nomes, o antigo parece que fica na espera, para acertar as contas lá na frente. É, sei que vivo no presente, porém, não aceito o que muito sinto e não explico. Nada sabe ser leve, só avassalador, água com sal, insistente a todo instante, me fazendo virar principiante constante, entre trancos, quedas, me machuco e te machuco. Mas cuidarei de ti,  cuidarei de mim,  prometo.



Ana Morais

Um comentário:

Carla Md. disse...

sou sua fã número 1, tenha certeza disso!!
cadê o livro??
bjs