domingo, 3 de abril de 2011

Por aí.



O tarde ficou preso ao meu nome, entre as bobeiras emprestadas pelos meses, consigo abandonar o seu “jogo”.   
Vim desfazendo as desorientações, os deslizes, tentando seguir com esses pés desgastados e enfrentando as possibilidades de um contato mais confiante, sem trechos incertos. Aqui respira uma coragem comprida, porém um medo íntimo que me segura num caminho desconfiado, mas o que não deixa cansar, são essas doses certeiras que me assopram aos ouvidos: "os ponteiros irão lhe obedecer dessa vez".
Então, dissolvo as redes, pulo pra longe do distante, me livro das correntes, cadeados, fechaduras, ciclos que não trazem surpresas sorridentes. Quero ver outras luzes, escrever novos roteiros, sentir o vento percorrer os cantos do meu corpo e desejar a cada dia que as águas te arrastem para as ruas que não irei atravessar mais. Se perca de mim, me perco de você, nos perdemos pelos bosques dos dias infinitos. Livra-se de mim, me livro de você, nos livramos das mágoas... E assim seguirei, te deletando dos mapas, das listas, das noites, dos segredos, das nucas, dos arrepios, da memória e por fim do coração. Clamo calma para minha alma e vou por aí.

Ana Morais


8 comentários:

iasmin999 disse...

m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o o que vc coloca em palavras!
Dar pra sentir todo esse sentimento que tanto faz parte da sua vida....
bjão e boa semana, escritora!!

Anônimo disse...

o amor sempre deixa marcas profundas!!!
um bjo minha flor de luz....

asamaniaco1987 disse...

Todos os textos aqui são ótimos...
Boa semana menina linda!

Anônimo disse...

Lindo seu blog!! ;) ;)

Celso Mendes disse...

calma
alma
acalma
a chama
água
mágoa
clama
cataventos

Belíssimo texto, Ana!

beijo.

Poeta da Colina disse...

As vezes a cura está na distância do partir.

asamaniaco1987 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Milene R. F. S. disse...

A distância nos ajuda a curar a alma ferida, mas como é difícil mante-la quando amamos! Belo texto, beijos.